O vulto

     




         Minha gata Kate já não comia direito, estava fraca demais e sua respiração certas noites acelerava e eu não sabia o que fazer. A levei ao veterinário, mas ele garantia que ela não tinha nada e eu podia ficar despreocupado. 
       Na maioria das vezes, enquanto eu dormia, ela se enrolava em seus cobertores no topo da escada, e em algumas noites de insônia, eu a pegava encarando a escuridão do andar debaixo. 
       Certa noite, a ouvi arranhando minha porta, seus miados fraquinhos me arrancaram da cama. Olhei pela janela e vi um vulto se escondendo atrás de uma árvore e julguei ser o felino. Porém, quando abri a porta, não encontrei gato nenhum por trás, a madeira estava realmente marcada, por unhas profundas. E Kate esquartejada nas escadas.

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